segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Papa proclama santa madre Teresa de Calcutá, modelo de "amor gratuito"












Cerimónia de canonização, na Praça de São Pedro, contou com milhares de pessoas a assistir
O papa Francisco proclamou hoje santa a madre Teresa de Calcutá, numa cerimónia na Praça de São Pedro, no Vaticano, que conta com a presença de milhares de pessoas.
"Declaramos a abençoada Teresa de Calcutá santa e vamos inscrevê-la entre os santos, decretando que ela seja venerada enquanto tal por toda a Igreja", afirmou o papa Francisco, pronunciando a "fórmula de canonização".
Como é habitual, Francisco utilizou a fórmula em latim para proclamar a santidade da religiosa que morreu em Calcutá, na Índia, em 1997, e pedir que esta fosse inscrita nos livros dos santos da Igreja.
Durante a canonização de madre Teresa de Calcutá, o Papa Francisco elogiou o seu trabalho "em defesa da vida humana", salientando que esta é um modelo de "amor gratuito" dado a todos, independentemente da raça ou religião. E destacou que a religiosa esteve durante toda a sua vida "à disposição de todos através do acolhimento e da defesa da vida humana, tanto a que não nascida como a abandonada e descartada".
Francisco enalteceu madre Teresa, que em 1997 recebeu o Prémio Nobel da Paz, a sua luta contra o aborto, e recordou que esta sempre dizia que "o não nascido é o mais pequeno, o mais débil, o mais pobre".
Sublinhando que esta fez "sentir a sua voz aos poderosos da terra para que reconhecessem a sua culpa perante os crimes da pobreza crida por eles mesmos", o líder da Igreja católica recordou como madre Teresa "se debruçava sobre as pessoas fracas, que morriam abandonadas nas ruas, reconhecendo a dignidade que Deus lhes deu ".
"Que esta incansável trabalhadora da misericórdia nos ajude a compreender cada vez mais que o nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de toda a ideologia e de todo o vínculo e derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião", sublinhou o papa.
O Vaticano acreditou mais de 600 jornalistas de todo o mundo e 125 televisões transmitiram as cerimónias, que decorrem sob um importante sistema de segurança, que levou ao corte do trânsito, há alguns meses, na avenida da Conciliação, à divisão em três zonas da praça de São Pedro e à presença de cerca de três mil agentes das forças de segurança. O espaço aéreo da zona também foi encerrado.
À missa de canonização celebrada por Francisco assistiu brasileiro Marcilio Haddad Andrino, cuja "cura extraordinária e inexplicável" constituiu o segundo milagre que elevou madre Teresa aos altares.
A festa litúrgica da nova santa vai ser celebrada pela primeira vez na segunda-feira, dia da morte da fundadora da Ordem das Missionárias da Caridade, com uma nova missa na praça de São Pedro, sob a presidência do secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, a partir das 10:00 (09:00 em Lisboa).
Nascida a 26 de agosto de 1910 numa família albanesa em Skopje (Macedónia), Agnes Gonxha Bojaxhiu entrou aos 18 anos na ordem das irmãs de Nossa Senhora do Loreto em Dublin (Irlanda), onde tomou o nome de Teresa, em homenagem a santa Teresa de Lisieux.
No início de 1948, instalou-se num bairro de lata de Calcutá para tratar e ensinar. Em 1979, o seu trabalho foi distinguido com o prémio Nobel da Paz. Madre Teresa morreu naquela cidade, em 1997, com 87 anos.


 Fonte: Diário de Notícias de Portugal


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